Freguesia de Alcáçovas
Executivo
Presidente
Manuel António Calado
Secretária
Sandra Isabel de Almeida Sim Sim
Tesoureiro
Mário Jorge Ilhéu Tanganho
Assembleia de Freguesia
Presidente
Marília de Jesus Vaz Rasquinho
Secretários(as)
Carla da Esperança Canelas Merca
Mário Gonçalo Louro Grave
Vogais
Sílvia Isabel Amado Pacheco
Francisco José Galrote Vinagre
Anabela João Baguinho Fura Fadista
Nuno Duarte Boteta Gomes
Bruno Miguel Guimarães Borges
Joaquim António Fontes Gomes
Contactos
Morada:
Praça da República, 9
7090-026 Alcáçovas
Telefone: 266 954 181
Fax: 266 948 133
junta.alcacovas@gmail.com
www.freguesiadealcacovas.pt
Horário
2ª a 6.ª Feira
09:00 às 17:30
Todas as fontes documentais, aludem para que a actual Vila das Alcáçovas estivesse integrada no antigo itinerário romano Ebora-Salácia e que neste período fosse apelidada de Castreleucos (Castelos Brancos).
Se atendermos ao topónimo, existem fortes hipóteses de terem existido não um castelo, mas sim de dois castelos. Um que terá sido transformado em palácio por D. Dinis, localizado junto à actual Rua do Paço. E outro que estaria situado, onde actualmente se situa a Igreja Matriz, junto à Rua do Castelo e que segundo as fontes, abrangia uma grande panorâmica a norte da Vila.
No século VIII, tal como em toda a região do Alentejo, esta antiga povoação foi invadida pelos Mouros. Nesse período a palavra (alcáçova) foi uma das que seria introduzida pelos invasores (Al-Qasbah) e que tinha o mesmo significado de uma arquitectura militar localizada numa cota mais alta. Esta conjuntura, reforça mais uma vez a ideia da existência, neste caso, não de uma alcáçova, mas sim de duas alcáçovas, o que provavelmente iria determinar o topónimo final de Alcáçovas.
Na sequência do processo de reconquista, era necessário repovoar a povoação que se encontrava debilitava e sem organização, havia necessidade da localidade se adaptar às novas realidades, então, D Martinho, Bispo de Évora deu o primeiro foral à povoação, denominada na altura por Santa Maria das Alcáçovas, em 17 de Agosto de 1258. Neste período a povoação e terras anexas passariam a ser um senhorio episcopal.
Em 1271, num acordo entre, D. Afonso III e D. Durando Pais, bispo de Évora, regista-se, que o senhorio das alcáçovas não era rentável na posse dos prelados eborenses, mas que o seria na posse do rei, a partir de então as Alcáçovas passaria a estar na posse do rei, passando a povoação à categoria de Vila.
Dinis, no dia 25 de Abril 1279, a partir de Évora mandou enviar ao concelho das Alcáçovas, uma cópia dos seus foros e costumes, para confirmar o foral da Vila. Este monarca deu ainda foros aos lavradores do seu enorme reguengo na Vila das Alcáçovas, que muitos consideram uma nova carta de foral, no dia 28 de Fevereiro de 1283.
No dia 13 de Dezembro de 1308, com registos do Bispo, D. Fernando, a Igreja Matriz assinala um crescimento da Vila e consequente aumento dos fiéis, já nesta altura denominada S. Salvador das Alcáçovas, sendo seu reitor Gonçalo Martinho.
Após o reinado de D. Afonso V, foi concedido o senhorio das Alcáçovas a D. Fernando Henriques, que apesar de ser castelhano, tinha ajudado os portugueses na guerra contra Castela. Esta família era descendente de Henrique II de Trastâmara estando a História da Vila das Alcáçovas ligada durante algumas centúrias à linhagem dos Henriques.
Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contratos nupciais da princesa D. Isabel, com o Rei de Castela, D. João II, e em 1457, os esponsais da princesa D. Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do Rei D. Duarte. Destes casamentos, entre D. Isabel de Aviz que casou com o tal Rei D. João II veio a nascer a grande Rainha Isabel, a Católica, que terá um papel determinante em Espanha. Por outro lado, a Infanta D. Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mãe do Rei D. Manuel I, de cognome, o Venturoso.
A 4 de Setembro de 1479, na Vila das Alcáçovas, encontram-se os procuradores de Portugal e Castela e aí são estabelecidos dois tratados. O primeiro diz respeito à sucessão dinástica e que ficou conhecido como Tratado das Terçarias de Moura. O segundo, designado por Tratado das Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos em que, Afonso V de Portugal, desistia para sempre das suas pretensões ao trono de Castela, continha outras cláusulas respeitantes à política de projecção externa de ambos os reinos, num momento em que ambos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana.
O Tratado de Alcáçovas seria o primeiro na história mundial a definir uma partilha do mundo entre duas potências, sendo este, ratificado em 6 de Março de 1480, na localidade espanhola de Toledo.
A 29 de Setembro de 1495, D. João II estava nas Alcáçovas sendo os seus últimos dias de vida, marcados pela incerteza quanto ao seu sucessor, e que acabaria por ditar no seu derradeiro testamento, a nomeação do seu herdeiro, D. Manuel I.
No dia 20 de Setembro de 1541, através de um Alvará de Doação Régia, D. João III, entrega o actual Convento de Nossa Senhora da Esperança à Ordem Dominicana, tendo sido o Padre Frei Lourenço de Setuval, o primeiro vigário deste convento.
No dia 10 de Setembro de 1551 foi fundada a Misericórdia das Alcáçovas, sendo seu provedor, Alberto Eduardo Batista. Nesta altura o Senhor das Alcáçovas era D. Henrique Henriques, 4º Senhor das Alcáçovas, que ficou conhecido por gastar grande parte dos seus rendimentos com aqueles que mais necessitavam.
Em 1661, o Padre Frei Manuel Correia, iniciou as fundações para a construção do novo altar-mor, no Convento de Nossa Senhora da Esperança, tendo esta obra ficado em 400$000 réis.
No ano de 1758, as Memórias Paroquiais referem que a Vila tinha 1671 habitantes e existindo nesta altura duas feiras francas e um mercado. Uma dessas feiras, chamada de São Geraldo durava dois dias e tinha inicio no dia 13 de Outubro. Outra feira, a de São Bartolomeu, durava apenas um dia e era feita junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança no dia 24 de Agosto. O mercado era feito durante os dias três do Espírito Santo, também junto ao Convento da Nossa Senhora das Esperança.
Em 1836, a Vila das Alcáçovas passa a integrar o Concelho de Viana dos Alentejo muito provavelmente na sequência da Reforma Administrativa iniciada por Mouzinho da Silveira já em pleno Liberalismo.
Em 1885, após a união das bandas de música dos “nalgueiros” e, dos “pés frescos” é inaugurada a Sociedade União Alcaçovense. A 9 de Agosto do mesmo ano, reúne-se pela primeira vez a direcção da S.U.A., tendo como presidente, Manuel Estanislao Fragoso, como tesoureiro, Joaquim António Salsinha Senior e como secretário, o Padre Joaquim Pedro d’ Alcântara.
A 30 de Abril de 1888 é concluída a construção da Escola Oficial no Largo Alexandre Herculano, projecto do distinto Alcaçovense, Luís Augusto Tavares Fragoso e da iniciativa e receitas de muitos particulares Alcaçovenses. Numa altura em que a escola a nível nacional já era vista como o meio de regeneração da sociedade portuguesa, esta obra de ampliação e de grande importância para a vila, tinha como grande objectivo, fazer face ao constante aumento demográfico da população, que segundo os Censos de 1890, a Vila das Alcáçovas teria mais de 600 crianças com idades compreendidas entre 1 e os 15 anos.
No dia 18 de Maio de 1924, grande parte da população acorreu para testemunhar a reabertura do Hospital da Misericórdia, após alguns anos encerrado. Por esta altura a Vila das Alcáçovas, tinha mais de 5000 habitantes.
Decorria o ano de 1956, quando a luz eléctrica chegou à Vila das Alcáçovas. Para comemorar o acontecimento as carroças perfilaram-se no Largo Alexandre Herculano carregadas de pão e vinho para distribuir pela população, havendo ainda um boi assado.
A 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral, a poucos quilómetros da Vila das Alcáçovas teve lugar a segunda reunião, do período pré-revolucionário que dará origem ao Movimento das Forças Armadas, que culminaria com a Revolução de Abril de 1974.