Freguesia de Torre de Coelheiros
Freguesia próxima da cidade de Évora, Torre de Coelheiros ocupa uma área de 226,24 km2.
Nela sobressai a torre pertencente ao Solar dos Cogominhos. Possui uma bela ermida de traça quinhentista.
Executivo
Presidente
Lúcio Gabriel Ludovico Guerreiro
Secretário
Vítor Manuel Marques Vaqueira
Tesoureiro
José António Grilo dos Santos
Assembleia de Freguesia
Presidente
Luís Carlos Rosado Mendes
Secretários
Márcio Luís Pereira da Silva
Luís Miguel Estevão Carvalho
Vogais
Mário Rui Elias Soares, Anabela da Conceição Capucho Carvalho
Contactos
Morada:
Largo dos Cogominhos
7005-779 Torre de Coelheiros
Telefone: 266 721 311
jftorredecoelheiros@gmail.com
www.torredecoelheiros.pt
Horário
2ª a 6.ª Feira
08:30 às 12:30 e das 13:30 às 16:30
Torre de Coelheiros
Orago: N. Sra. do Rosário
População: 715 habitantes (censos de 2011)
Atividades económicas: Agricultura, pecuária, cooperativas agrícolas e de consumo, extração de cortiça e de carvão vegetal, construção civil, serralharia civil, panificação, comércio e serviços.
Festas e Romarias: Festas de Verão em honra de Nossa Senhora do Rosário (Julho) e Encontro de Grupos Corais, Instrumentais e Folclóricos (Julho ou Agosto).
Património cultural e edificado: Igrejas matriz de S. Bento de Pomares, de S. Jordão e de S. Marcos da Abóboda, Palácio dos Cogominhos, cruzeiro e antas.
Outros locais de interesse turístico: Circuito megalítico.
Gastronomia: Sopa da panela, açorda alentejana, migas com carne de porco, pés de porco de coentrada e ensopado de borrego.
Coletividades: Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de Torre de Coelheiros, Grupo Coral Pastores do Alentejo, Casa do Povo, Comissão da Juventude, Associação de Reformados Pensionistas e Idosos de Torre de Coelheiros e Centro Social e Paroquial de Torre de Coelheiros.
Freguesia próxima da cidade de Évora, Torre de Coelheiros ocupa uma área de 226,24 km2. Nela sobressai a torre pertencente ao Solar dos Cogominhos. Possui uma bela ermida de traça quinhentista.
A povoação principal e sede da freguesia é Torre de Coelheiros. Além de diversos montes e lugares, existem aqui três localidades que foram em tempos freguesias autónomas: S. Bento de Pomares, S. Jordão e S. Marcos da Abóbada. De 1911 a 1936, Torre de Coelheiros esteve anexada a S. Marcos. Em 1936 foi desanexada passando as duas freguesias a coexistir autonomamente. Em 1 de Novembro de 1946, as quatro freguesias foram reunidas, em definitivo, numa única.
De S. Jordão, não se conhecem quaisquer documentos anteriores ao seculo XVI. A igreja vem já referenciada em 1551 nos batismos da Sé. Na serra da Espinheira ainda é visível a “Cova do Santo”, onde a tradição consignou o lugar onde S. Jordão orava e fazia penitência. No século XVIII já se encontrava bastante obstruída com pedras. Diz o Pe. Henrique Louro: “esta cercada de sobreiros, azinheiras e carrasqueiros, tendo menor declive da parte norte. As árvores modificaram a feição primitiva em que deveria ter sido uma abertura para exploração de minério no tempo da romanização”. Em 1758, o termo da freguesia de S. Jordão tinha 23 herdades e 47 fogos. De S. Jordão foi natural Frei António Chagas, Agostinho Descalço que viveu no Convento das Mercês e doutor em Teologia pela Universidade de Évora.
Da existência de S. Marcos da Abóbada se dá já conta em 1301 na doação do herdamento de S. Manços ao Cabido: ”o qual herdamento parte com Giral Miguens logo que chamam Abóbada”. Esta dita herdade da Abóbada foi coutada por D. Pedro I a Nuno Fernandes de Chaves em 11 de Fevereiro de 1359. Em Outubro de 1373, Rui Martins Toscano e sua mulher Teresa Anes instituíram ali um morgado. Aparece nomeada como freguesia em 1555 no livro de batismos da Sé. Os mais antigos livros paroquiais datam de 1596. Tirou o seu nome dos vestígios romanos que no dito monte se encontram: edifícios, alicerces, cerâmica e outros.
Pomares era uma pequena freguesia situada numa antiga herdade das freiras de S. Bento de Évora que em 1459 a trocaram pela Giraldinha, na Oriola. A Igreja acusava na capela-mor uma construção do século XVI. O 2.º Volume da “Benedictina Lusitana” de Frei Leão de S. Tomás, impresso em 1651, diz ter sido feita “haverá cinquenta anos”. Tinha cinco herdades e 22 fogos em 1758.
A freguesia da Torre de Coelheiros foi instituída em 1535 por bula papal de Paulo III, a pedido do Nuno Fernandes Cogominho, cujo traslado se encontra na Biblioteca de Évora. Deve o seu nome à torre construída pelos Cogominhos, cuja origem e nome não encontram explicação no passado. A primeira construção da torre deve de ser dos fins do século XV, ou início do seguinte. É, contudo, uma das mais remotas povoações do concelho, com uma antiguidade remontando por provavelmente ao século XVIII.
A localidade já aparece documentada por meados do século XIV. Vamos encontrá-la, então, situada nos domínios do Morgado de Cogominhos, instituído a 2 de janeiro de 1357 por Fernão Gil Cogominho, cavaleiro provado do rei e seu meirinho-mor, e sua mulher Maria Anes. Depois de viúvo, aquele foi clérigo e cónego da Sé de Lisboa. Ao morgado de Cogominhos foi anexada, no tempo de D. Pedro I, a então importante provação de Aguiar, da qual foram mais tarde donatários os barões de Alvito.
Aguiar teve foral em 1269, dado por Estevão Rodrigues e D. Marinha Martins, segundo o tipo de Santarém, e em 1516, teve-o de D. Manuel I. Em 1274, havia sido doado por Paio Peres Correia a D. João de Aboim. O mais antigo elemento conhecido da família Cogominho foi Pedro Álvares, figura lendária, que segundo as crónicas eborenses foi companheiro de armas de Geraldo Sem Pavor, tendo sido encarregado de levar as chaves da cidade a D. Afonso Henriques, após a reconquista de 1165.
O povoamento do atual território da freguesia de Torre de Coelheiros é muito anterior à presença árabe. Em tempos pré-romanos havia já uma intensa atividade humana, como demonstra a sua arqueologia. A freguesia é rica em monumentos megalíticos, sobretudo no que respeita a antas. Algumas estão classificadas como monumentos nacionais. Também os romanos deixaram por aqui alguns vestígios, sendo de destacar uma inexplorada estância termal, vulgarmente designada por “Mesquita da Morgada”, templo romano a que André Resende já se referia e que Mário Sá retomou em “As Grandes Vias de Lusitânia”.
Para além destes vestígios de carácter arqueológico, a freguesia possui um significativo património arquitetónico, nomeadamente ao nível de igrejas e de solares rurais, para lá do próprio solar dos Cogominhos. A aldeia mantém também praticamente inalteráveis as suas características arquitetónicas e o seu casario conserva de uma forma geral, a sua traça alentejana, que a todo custo urge preservar.
Fonte: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, 4º Volume